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Okay Okay
De novo esta historia de retrospectiva?
Ah deixa vá. A gente fica melancólico nesta época do ano.
E tivemos pedidos. Sim, no plural. Para que publicássemos o Top 5 das sobremesas de 2013.
E já que combinamos os pratos com as musicas, vamos continuar nessa toada e combinar com outras musicas, as de ranking 06 a 10 na nossa playlist. Pode ser?
Ordem crescente de popularidade:
5º lugar para o Chocolate, Caramelo, flor de sal e sorvete de leite (a minha preferida, viu?) com nosso 10º lugar nas paradas de sucesso, Pulp (ufa! achei que ele não ia aparecer) com (só podia) Common People;
4º lugar para as Bananas, especiarias, mousse de baunilha e sorvete de tapioca com nosso 9º lugar na Vitrola, Vaccines, A lack of understanding;
3º lugar para o Chocolates, textura e Whisky com o 8º lugar LCD Soundsystem, All I want;
2º lugar para as Empanadas de maça verde, doce de leite e sorvete de chocolate com o honroso 7º lugar Mumford & Sons and Friends com Angel Band;
Primeiríssimo lugar para o trio de creme brulee!!! com a combinação perfeita de Rolling Stones com Angie.
Oficialmente estamos ainda no inverno, certo? E essas temperaturas acima de trinta graus todo santo dia só me fazem cada vez mais refletir na quase impossibilidade de cardápios sazonais de acordo com a estação do ano. Inclusive já falei deste assunto aqui há mais de um ano (provavelmente em outro inverno que não foi inverno).
Para não me repetir vou na verdade citar o que tem sido meu cardápio dos sonhos desse inverno e vocês me dizem se não está ótimo para compor as dicas para impressionar nos almoços das férias de verão:
E para beber? Vinhos Brancos! De Riesiling a Chardonnay. Sempre bem gelado. Confesso que em casa, dependendo do calor, ainda cometo o sacrilégio de por umas pedrinhas de gelo na taça.
Tostando.
Ficar o dia inteiro fora de casa em reuniões intermináveis quase me fez perder o timing do post de hoje. Quer dizer, se eu for ser 100% sincera, o timing já não é o melhor porque às 23:00 horas de uma quarta-feira a maioria das pessoas já fez todas as refeições do dia e não dá mais tempo de correr pra fazer nhoque. Pelo menos cabe a enquete: alguém se deu o trabalho de comer? Tem algum supersticioso no meu rol de leitores?
Eu bem que procuraria com mais calma e em fontes mais fiéis a origem dessa superstição, mas dadas as circunstâncias tive que ficar só com o Google e muitos textos idênticos contando a lenda italiana (pô o povo não se dá o trabalho nem de trocar vírgulas, né?) – em tempo, já mandei um email a um amigo italiano para averiguar se a lenda é italiana mesmo ou isso é coisa de brazuca que quer aumentar as vendas no restaurante – espero resposta no fuso horário correto e atualizo o post depois, OK?
O que dizem por este mundo virtual é que certa vez (ninguém precisou quando, nem mesmo o século, mas sabem que era dia 29! Mistério isso não?), na Itália (se bem que Itália, Itália mesmo, unificada e república como hoje a conhecemos só lá por 1929, não historiadores? O melhor seria dizer em algum vilarejo de algum Reino e eu chutaria Trentino, mas só porque lá o povo curte uma batata…) um andarilho (ah vá, uns dizem São Pantaleão, outros São Genaro e outros São Bartolomeu – se soubéssemos o santo correto, data e local seriam mais exatos!) foi bater na porta de um casebre e pedir um prato de comida para aplacar sua fome.
Bom, se era casebre, condições econômicas favoráveis não existiam, mas a família que lá vivia acolheu o andarilho, o santo, ou quem quer que seja, e com ele dividiram o nhoque do dia. Nesta divisão coube sete pedacinhos da (ai ai ai) iguaria a cada um. O tal que bateu a porta, depois de comer, teria agradecido e partido. E tchan! Agora vocês também vão achar que o cara era um santo: deixou misteriosamente moedas embaixo do prato!
Ah tá… entendi. E isso quer dizer que se você colocar dinheiro embaixo do seu prato no dia 29 de um mês qualquer sua vida vai ser muito afortunada, sério? Não vejo muita correlação com a lenda acima já que ninguém bateu na minha porta.
Por isso mesmo alguém já se antecipou e criou a versão de que em verdade se tratava de um frade andarilho (ops, se é frade eu já chutaria outra região da Itália) que chegou a uma pequena vila italiana e bateu à porta de, pasmem, um casal de velhinhos! E no dia 29, claro! O frade também tinha fome, afinal o cara era andarilho poxa, e também pediu um prato de comida. Deram para ele um prato de nhoque (ai ai ai). E a lenda conta mais. Tempos depois, o tal frade voltou para a vila para agradecer os velhinhos (eles estavam vivos ainda, percebe? Afinal a taxa de mortalidade era baixa e a idade média da população naquela época alta, certo? Não!). E esse frade agradeceu com moedas de ouro pois sua vida tinha mudado para melhor.
Agora pergunto eu: para um frade, ou seja, um religioso, mudar a vida para melhor devia ser consequência de suas meditações, estudos e desprendimento da carne em prol da vida casta e espiritual, não? E essa melhoria não significa exatamente moedas de ouro, ou não? Quando muito aqueles ótimos biscoitinhos do Mosteiro de São Bento!
Não sei a versão correta. Peço desculpas pelas brincadeiras já que não quero desrespeitar a religião ou crença de ninguém aqui, muito menos desrespeitar qualquer tipo de fé (que eu mesma possuo muita).
Mas fica a pergunta: quem acredita em superstição e se deu o trabalho de comer nhoque hoje para ganhar na Mega Sena amanhã?
Eu não preciso de desculpas para comer nhoque, então posso ir amanhã já que hoje não deu tempo (isso porque hoje era um dia extra, dado de lambuja pelas convenções do calendário gregoriano). E se for o nhoque do Zena Caffe iria até todo dia, claro!
Imagem do site do restaurante Zena Caffe citado acima (www.zenacaffe.com.br)
Quem nunca ficou com dúvida ao separar e medir os ingredientes de uma receita? Se é fato que hoje a maioria dos livros buscam seguir uma padronização, indicando a quantidade em peso dos ingredientes, ainda muitos gostam das tradicionais medidas de colheres e xícaras de chá (já que balança ainda não é item obrigatório nas cozinhas caseiras).
Eu não sei se vocês são partidários das medidas tradicionais caseiras, mas eu definitivamente não. Talvez porque só aprendi a cozinhar depois dos meus 20 anos de idade, sem ajuda da avó ou da mãe mas sim de cursos especializados, ou então porque nunca tive uma xícara de chá na minha casa (serve caneca?), fato que sou fiel à balança.
Tenho quatro delas em casa e não que necessite de tudo isso. Na minha neurose não consigo confiar na precisão de equipamentos de origem chinesa, muito menos num prazo de vida útil muito alongado principalmente considerando a quantidade de líquidos e farinhas que derramo nas pobres balanças.
Alguns livros possuem tabelas de equivalência e eu já tinha feito uma “cola” para mim com as informações sobre ingredientes mais corriqueiros.
Como minhas anotações foram parar no lixo após eu solicitar com cautela ímpar à moça que limpa meu apartamento para se esmerar mais no trato da cozinha, tive que apelar para o Google e eis que achei uma tabela incrível que uso desde então. É só acessar este link da Unirio e ser feliz.
Ainda bem que meus ímãs de geladeira que traduzem o sistema de metragem norte-americano para o nosso ela somente lustrou, minha larica de preparar receitas do livro da Nigella agradece!
Sempre fico melancólica com chuva. Tenho certeza que ciência, psicanálise ou outros ramos do conhecimento devem explicar a influência de um dia chuvoso no (mau) humor de uma pessoa. Mas não busco explicações e sim soluções.
Já devo ter contado aqui que não venho de uma família com tradição culinária. Não cresci vendo minhas avós e muito menos minha mãe na frente do fogão preparando receitas que passaram de geração a geração. Não passei minha infância indo a almoços dominicais intermináveis em que a “nona” cozinhava de tudo um pouco para engordar a prole.
Mas se me esforço um pouco, vem à memória uma ou outra ocasião em que minha avó paterna ainda tinha condições de fazer uma pequena guloseima para os netos. E sabe o que era? Bolinhos de chuva.
Eu já devia expressar muito bem meu mau humor nos dias chuvosos para a única lembrança culinária de minha infância serem os açucarados bolinhos de chuva. Posso até sentir o cheiro e começo a não achar este dia de hoje tão entediante.
O problema é que minha avó não deixou nenhum caderno de receitas de herança. Como será que ela fazia aquilo? Ainda bem que temos o Google e alguma avó por aí disseminou esta informação.
Vou testar uma das receitas que encontrei ainda hoje, afinal de contas a previsão do tempo não é animadora para os próximos dias, e menos animador é pensar que enquanto a chuva não cessar não posso concretar a segunda laje do restaurante.
Receita (ainda não testada) do site www.mdemulher.abril.com.br
· 1/2 colher (chá) de fermento em pó
· 1 xícara (chá) de farinha de trigo
· 1/2 xícara (chá) de maisena
· 4 colheres (sopa) de açúcar
· 1 ovo
· 1/2 xícara (chá) de leite
· Açúcar e canela para polvilhar
· Óleo para fritar
Peneire todos os ingredientes secos e ponha em uma tigela. Faça um buraco no meio e junte o ovo batido (deve ser batido só para homogenizar a clara e a gema – um minutinho no fouet) e o leite.
Mexa até formar uma massa homogênea. Aqueça o óleo e, com uma colher, pingue a massa na frigideira. Frite os bolinhos aos poucos até dourarem e passe no açúcar e canela. Sirva os bolinhos quentes ou frios (bom eu comia quente e com muita canela).
Imagem do mesmo site: www.mdemulher.abril.com.br
Desde a semana passada estou lutando com uma gripe que insistiu em me derrubar. Justo agora que eu queria provar vários menus do SP Restaurant Week estou de molho em casa. E eis que ontem “topei” com um livro que estava esquecido na minha biblioteca chamado “Ervas que Curam – um reencontro com a farmacologia natural”, do Roberto Weil.
Me lembro de ter lido algumas passagens desse livro quando o comprei, mas nunca tinha testado qualquer de suas indicações. Apesar de adorar ervas, não sou fã de chá e mesmo quando estou adoentada evito-os.
Também não sou hipocondríaca. Pelo contrário, evito ao máximo tomar remédios e tento deixar meu corpo reagir sozinho, mas como não o ajudo com nenhuma receitinha de chá ou xarope da vovó, depois de uns dias sucumbo aos famosos “anti-gripais” que mais atacam meu estômago do que levantam meu astral.
Ao pegar o livro e ler a seguinte passagem, resolvi mudar de atitude:
A medicina alopática visa resultados rápidos, mas seus remédios só funcionam à altura da expectativa quando encontram um organismo que, em vez de encontrar-se saturado por drogas, esteja enriquecido pelos nutrientes naturais. Basta este motivo para reabilitarmos as ervas e plantas medicinais em busca da saúde – ou de sua preservação (…)
E por que estou contando tudo isso para vocês? Porque no MIMO vamos ter uma horta! E eu vou adorar, além de usar as ervas para aromatizar os pratos, também disseminar os conhecimentos desse livro e indicar, aos clientes que gostam de cultivar suas plantas, um modo de criarem sua pequena farmácia natural!
E o que eu vou testar hoje?
Para resfriados: alecrim, limão e sálvia (e a sálvia também combate varizes, viu mulherada?), ou ainda a receita de azedinha, se bem que esta não é recomendável para quem sofre de males do estômago… é melhor eu evitar.
Para tosse: gengibre com mel. Aposto que muitas avós faziam esse chá. E não vá usar gengibre em pó hein… Também pode ser verbasco fervido no leite. Verbasco? Sim, para quem não conhece é uma planta que (dizem) nasce até em beira de estrada (olha uma foto no Google, vá)
Para garganta inflamada: linhaça, mel e limão. Linhaça? Essa é novidade para mim. Vou testar!
E tem também o antigripal de pimenta caiena, sal e vinagre de maçã. Deve ser forte, não? Mas os menos corajosos podem diluí-lo em um chá.
Preciso aumentar a minha farmácia natural!
Ontem escrevi um post sobre chocolate e já que confessei que sou chocólatra não consegui me conter e vou voltar ao assunto hoje. Na verdade eu queria ter citado outras duas questões no post de ontem mas achei que ia ficar muita informação. Então vamos lá…
Um assunto que amo tanto quanto chocolate é cinema, e fiquei feliz quando vi a notícia que o Goethe-Institut de Salvador lançou o Concurso Internacional de Vídeo na Internet sobre Cacau e Chocolate (OK, vídeo na internet e cinema não são a mesma coisa, mas é uma licença poética tá?). Videomakers interessados podem cadastrar trabalhos que abordem o cultivo do cacau ou o consumo do chocolate, o percurso desde a semente do cacau até a barra de chocolate, ou ainda as transformações sociais relacionadas com a produção cacaueira do cacau desde o cultivo do cacau.
Alguém animou? Eu sim! Mas para ver os trabalhos concorrentes e não fazer meu próprio vídeo que seria um desastre! Aliás, é o que me resta mesmo pois o prazo das inscrições se encerrou ontem.
De qualquer forma fico feliz em ver iniciativas que nos fazem refletir sobre o papel do cultivo de certas plantas no Brasil. Sem dúvida o cacau tem uma enorme importância na sociedade, economia e cultura da Bahia, algo que nem sempre é difundido de forma tão clara para os brasileiros. Eu mesma até pouco tempo quando pensava em chocolate bom pensava nos belgas e franceses e esquecia que muitos deles partem da matéria prima brasileira.
E se vem a mente chocolate, vídeos e cinema não tem como eu não lembrar do filme Chocolate lançado em 2000. Não é nenhuma novidade e muito menos uma obra-prima. Não é nenhuma história que você não tenha visto antes: do forasteiro que após ser odiado pelos provincianos habitantes de uma cidadezinha, acaba sendo amado e transformando a vida do lugar. Aliás, como alguns críticos afirmaram, é um “apanhado de boas idéias tiradas de outros filmes como Festa de Babette, Comer Beber e Viver e Como Água para Chocolate”. Mas isso não significa que não valha a sua atenção.
A fotografia, a trilha sonora, o figurino, o elenco que é de grande porte não só pelo casal Binoche-Depp, e, claro, o coadjuvante chocolate, são irresistíveis! Vale sempre ver/rever.
E da próxima vez prepare uma bela sobremesa para se deliciar enquanto assiste o filme. Assim você vai invejar os habitantes da fictícia vila francesa só porque não está ao lado do Johnny Depp ou da Juliette Binoche, mas o chocolate (brasileiríssimo, por favor) não vai faltar!
Vá lá, faça pelo menos um mousse que é bem fácil. Você só tem que se programar porque precisa de um tempinho na geladeira:
Mousse de chocolate (receita adaptada do cookbook do Les Halles – Anthony Bourdain)
Ingredientes:
- 170 g de chocolate meio amargo (eu uso o 75% cacau da AMMA)
- 55 ml de Grand Marnier (quem não tem pode usar Cointreau ou ainda vodka aromatizada com laranja)
- 4 colheres de sopa de manteiga sem sal na temperatura ambiente (cada colher é mais ou menos 15g)
- 4 gemas
- 4 claras
- 2 colheres de sopa de açúcar
- 80 ml de creme de leite fresco
Preparo:
- Pique o chocolate e derreta em banho-maria. Na mesma tigela acrescente o Grand Marnier e misture bem. Depois vá adicionando uma colher de manteiga por vez até que cada qual seja incorporada. Cuidado neste ponto porque mesmo estando em banho maria, se a sua mistura esquentar muito, a receita vai “desandar”, ou seja, a gordura não vai incorporar e vai ficar uns grumos de chocolate de uma lado e um “óleo” de outro… se isso acontecer eu não sei dar uma dica para salvar a receita… Pra mim tem que começar tudo de novo! Então cuidado com a temperatura, chocolate é muito sensível!
- Misture as gemas uma por vez (nesse momento eu sugiro tirar do banho-maria – as gemas também são muito sensíveis ao calor – se bem que a receita manda continuar no fogo… quando eu arrisquei, eu perdi tudo aqui, então não sei se é a minha falta de prática… mas melhor prevenir). Conseguiu incorporar tudo? Tem um creme de chocolate lindamente brilhante? Parabéns! O resto agora é bem fácil.
- Bata as claras com o açúcar em picos médios e misture ao creme de chocolate, incorporando um pouco por vez (eu incorporo de 1/4 em 1/4).
- Bata o creme de leite até a consistência de chantilly e incorpore à receita. Despeje no refratário ou nos potinhos individuais que quiser servir, cubra com filme plástico e leve à geladeira por pelo menos duas horas.
Agora no inverno eu gosto de servir com morangos e amoras de guarnição. No verão com supreme de laranja/tangerina (que no fim combina mais, porque na receita já foi Grand Marnier).
Ou então você pode tentar a receita de um bolo citado no site do Chocolate AMMA e que está na minha lista de coisas a fazer. Só não esquece de me contar o resultado depois…
E agora o Johnny Depp… (porque eu sou menina! meninos que procurem um vídeo com a Binoche, OK?)
Semana passada fui almoçar no Almanara e ouvi uma mãe, após uma tentativa frustrada de persuadir seu filho de aproximadamente 7 anos, falar para o garçom o seguinte: E o almoço do meu filho vai ser salada de frutas com sorvete.
Isso me fez novamente refletir sobre uma questão que eu dava por decidida: ter ou não ter, no menu, pratos especiais para crianças. Na verdade pensei nisso quando estava definindo o conceito do meu negócio e como o restaurante não segue o estilo “familiar” deixei de lado a ideia de inserir um “menu kids”.
Mas apesar do foco e do público alvo diverso, fato é que muitas crianças podem acabar indo com seus pais no MIMO (e serão muito bem-vindos! Aliás com a quantidade de amigas que tenho com filhos pequenos, preciso me programar para receber todos os meus “sobrinhos”).
Apesar de não ter um menu específico para crianças, isso não significa que elas não possam ser muito bem atendidas e servidas em restaurantes cujo foco não seja familiar. O pulo do gato está, assim acredito, na forma de se exercer a hospitalidade. Em outras palavras, aí entra em cena o importantíssimo trabalho da brigada de salão.
E isso porque muitos dos pratos podem ser atrativos e apetitosos para as crianças se tirada uma ou outra especiaria, um ou outro ingrediente não tão habitual, ou mesmo se for explicado e apresentado seguindo uma linguagem mais infantil.
Mães, prometo que vou dar o melhor de mim para que meus funcionários sejam treinados para atrair as crianças para pratos saborosos e saudáveis.
Por conta desse episódio lembrei de um livro que comprei quando minha cunhada ficou grávida da primeira filha, chamado “Deliciosos e Disfarçados“, da Jessica Seinfeld. Tem ótimas receitas que incluem legumes, verduras e outros alimentos essenciais para as crianças em sanduiches, espetinhos, burguers, muffins e outros pratos com aparência amigável para as crianças.
Pena que ainda não consegui testar nenhuma das receitas com meus sobrinhos. Vocês podem me achar uma tia relapsa, mas como a família do meu irmão mora em outra Cidade, dificulta um pouco minha pretensão cozinheira.
Mais uma razão para eu incluir pelo menos uma dessas ideias no menu do MIMO, não? OK, vou pensar novamente no assunto, mas pelo menos os cadeirões e o trocador no banheiro feminino já está garantido!
Crédito da Imagem: Mom’s Buzz
No dia que eu estava revisando alguns dos pratos que pretendo incluir no MIMO, comecei a folhear um antigo livro chamado “A Cozinha Brasileira”. Não sei em que ano foi editado, comprei-o em um sebo e não há qualquer indicação a não ser que é uma publicação da Editora Abril, da Cozinha Experimental de Cláudia (a revista).
E eu adoro ler as “estórias” lá contidas, me transportam para uma época que não vivi, para uma cultura genuína que não tive qualquer contato por falta de familiares vivos. E me dá uma melancolia, quase uma saudade de avós ou bisavós que pudessem ter me contado histórias de fogo e fogão enquanto passavam um café… (não, infelizmente não conheci minhas bisavós e as avós faleceram quando eu era pequena, assim passei pouquíssimos momentos com elas na cozinha).
O que achei curioso é que eu estava pensando sobre bananas e palmitos, ingredientes que adoro e que vão aparecer aqui ou ali em alguns dos pratos do restaurante, quando me deparei com a seguinte narrativa:
“Em compensação, os portugueses gostaram muito das bananas (que não conheciam e apelidaram de palmitos, por serem frutos de uma palma)”
Eu não consigo pensar em semelhanças de sabor, de textura ou de aromas entre palmitos e bananas, acho-os inconfundíveis. E cada um deliciosamente maravilhoso. E mais, acho-os perfeitos combinados em um prato.
Não vou me arriscar a escrever sobre bananas ou palmitos, sobre a presença deles e sua influência em nossa culinária, sobre os regionalismos e diversas apresentações em nosso vasto Brasil. Para isso precisaria de mais tempo de pesquisa e mais espaço para a dissertação.
Mas porque estou testando ideias de como apresentá-los em conjunto no MIMO, comecei a pensar em “pratos” ou “comidinhas” que não troco por outras alternativas senão aquelas em que esses dois ingredientes são os principais protagonistas. E será que da lista abaixo fica clara a minha cultura culinária? Será que a partir daí posso pensar em como apresentá-los aos meus clientes como minhas “confort food”? Vá lá. Olhem a lista:
Empadinha: não tem jeito, para mim é de palmito e ponto. Nem adianta querer acrescentar frango ou camarão, quero simplicidade aqui.
(Crédito da imagem: Um Q a 4. Aproveite a receita dada no link, mas eu não testei, não posso opinar)
Pastel: O de palmito é o meu preferido, mas o de queijo rivaliza com ele, principalmente se for queijo minas
(Crédito da imagem: Alexandre Silva).
Aliás, você sabia que a Prefeitura de São paulo elege o melhor pastel da Cidade e temos uma bicampeã este ano? Vá lá, porque eu ainda não fui experimentar… Pastel da Dna. Maria
Farofa de Banana: Humm, farinha bem tostadinha com pedaços de banana salteados na manteiga, salsinha, cebolinha. Só isso, tudo isso.
(Crédito da imagem: Você é o que come)
Salada de palmito: Quando eu era criança achava que salada era tudo o que tinha folha verde, das quais eu não era fã. Qual não foi a minha alegria quando descobri que salada de palmito tem tão somente palmito! Mesmo o azeite e o sal são dispensáveis para mim.
(Crédito da Imagem: André Barcinski)
E a salada de palmito pupunha do Restaurante Rodeio de São Paulo? Para mim o palmito, o arroz biro biro com ovos, e a banana empanada é o céu. Até dispenso a picanha!
(Crédito da imagem: Site do Restaurante Rodeio)
Faz pouco mais de um mês que inaugurei este blog sobre minhas desventuras para abrir o MIMO Restaurante. Não tinha certeza se teria disciplina para escrever um post por dia como me prontifiquei, mas acima de tudo imaginava que não teria tanto assunto para dividir com vocês, pois o dia-a-dia é sempre muito mais monótono e cheio de rotina do que romanticamente sonhamos.
Mas como eu pensei nos planos B e C para quando eu me sentisse sem assunto, resolvi encarar esta tarefa. E chegou o dia de por um dos planos em ação. Vou ser sincera. Não que eu não tenha assunto, o que me falta é inspiração… Ou melhor, o que me falta é paciência para destrinchar assuntos densos quando meu dia foi difícil.
E foi difícil porque me perdi em planilhas cujas contas não fecham, até todo o trabalho sumir numa pane do computador. Depois perdi horas no trânsito visitando instalações diversas, seguindo o meu projeto de escolha de fornecedores. E nem depois de toda comida que ingeri agora à noite o ânimo melhorou.
Estou enrolando né? Pois bem, o Plano B era escrever sobre algum dos restaurantes que visitei no exterior quando estava fazendo minhas pesquisas; colocar um monte de fotos de pratos dos menus degustação, e voilà! Deixar vocês se divertindo com as imagens. Mas também deu preguiça de selecionar tanta foto.
O Plano C é dar uma receitinha pra vocês. OK, eu sei que hoje temos inúmeros livros, mais do que inúmeros blogs, vários programas de televisão e até alguns cadernos de jornais que bombardeiam vocês com receitas, então não queria ser mais uma a fazê-lo, principalmente porque nem sou cozinheira qualificada para tanto…
Mas isso é um Plano C, certo? Não dá para esperar muita criatividade. E se não é para ser criativo, e se é para desestressar do dia puxado, o que me vem à cabeça são pães.
Vou dar a receita do pão mais simples que faço, o primeiro que aprendi na escola de gastronomia e ao qual eu sempre volto quando preciso socar alguma coisa… exercício incrível para voltar a sorrir!
Ingredientes
Farinha de trigo: 100g (use uma boa… é a alma do pão)
Manteiga: 12g (manteiga mesmo, sai de perto com margarina e coisas afins… e nunca é demais repetir, use uma de boa qualidade! São tão poucos ingredientes para fazer um pão que pouco custa o investimento para não ter arrependimentos – aliás de onde vem a expressão “pão-duro”? Caso queira um pão delícia, não vá sê-lo)
Sal: 2g (não consegue pesar 2g? Então multiplique a receita por dez e abasteça o seu freezer, ou presenteie a vizinhança)
Açúcar: 9g
Fermento biológico fresco: 5g (sabe qual é né? qualquer coisa pede pro padeiro da esquina)
Leite em pó: 3g
Água: entre 50-55ml (depende da umidade do ar, da temperatura)
Melhorador para pães: 1g (não é obrigatório – eu compro de vez em quando lá no Supermercado Santa Luzia, mas já faltou e não fez tanta diferença assim)
Manteiga para pincelar: 15g aprox.
Óleo para untar a forma
Modo de preparo:
Junte a farinha com a manteiga que tem que estar em temperatura ambiente para amolecer com o calor das suas mãos. Junte o fermento esfarelando-o e colocando um pouco da água para dar liga (não use toda a água ainda). Junte o açúcar e o sal. Vá sovando dando o ponto com a água restante. A ideia é que fique uma massa fofa que não gruda na mão. Sove bem, isso trabalha o glúten (e tira o seu stress). Mas cuidado para não esquecer da vida sovando a massa porque o atrito vai aquecer demais a massa e o fermento vai se empolgar de trabalhar antes do combinado (você entende o processo de fermentação? Não? Ahh dá um Google vai… Juro que um dia desses escrevo um post mais detalhado sobre pães – e até dou uma receita sem glúten para celíacos).
Você vai sovar a massa por uns 20 minutos provavelmente, ao menos que tenha músculos invejáveis nos braços – que saúde hein!
Bom, deixe descansar a massa por outros 20 minutos numa superfície untada com óleo e coberta com um filme plástico.
Divida em peças de uns 70g – na verdade aqui é super pessoal o tamanho do pão que você quer fazer – 70g vira um pão do tipo hamburguer.
Coloque na assadeira também untada com óleo (se você tiver silpat use ele, se você nem sabe o que é silpat, esquece, é frescura para esta receita).
Espere fermentar até dobrar de tamanho (arranja um lugar quentinho e aconchegante pros bichinhos vai…)
Asse a uns 180/200C por cerca de 15 minutos (isso depende do forno, o meu anda tão desregulado que queima tudo se eu sigo as receitas à risca)
Resfrie e… coma, distribua pros vizinhos, congele, sei lá…
Como eu não fiz o pão agora, não tenho fotos, então vou postar uma musiquinha para você cozinhar (se quiser mais músicas vá lá no post Música para Cozinhar)
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